Créditos

Direcção,Organização,Redacção: Álvaro Lobato de Faria

terça-feira, 29 de junho de 2010

Revista Madrid en Marco: Entrevista a Álvaro Lobato de Faria (MAC, Lisboa)


http://www.madridenmarco.webege.com/documents/enmarco.php?title=entrevista-con-d.-alvaro-lobato-de-faria%2C-fundador-movimento-arte-contempor%E2nea&entry_id=1277117999


Madrid en Marco: En primer lugar, quisiera agradecerle el tiempo que nos dedica y su dedicación al mundo del arte y la cultura. La primera pregunta que quisiera hacerle es obvia y obligada, ¿cuáles son los objetivos y principios que guían la creación del MAC?


Álvaro Lobato de Faria:
Enquanto espaço de encontro e de diálogo entre os diversos sectores institucionais e culturais, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar, o MAC tem-se esforçado por ser o elo de ligação entre aqueles cujos caminhos normalmente não se cruzam – emergentes e consagrados, produtores e coleccionadores, sector público e privado – transmitindo uma noção de cultura sem fronteiras disciplinares ou geográficas, apostando com especial relevância, na via da Lusofonia.
Face ao contexto de globalização mundial em que o MAC foi fundado, o tema do diálogo intercultural adquiriu especial ênfase nos nossos objectivos principais, desempenhando um papel fundamental na prossecução das nossas actividades de contribuição para o desenvolvimento humano, reconhecendo e conservando a diversidade e promovendo simultaneamente o pluralismo, a autonomia e a participação na sociedade do conhecimento.
Grande parte da nossa missão é dedicada à defesa do património cultural português, material e imaterial, à divulgação do papel desempenhado pela cultura portuguesa no mundo e à actualização das suas relações com outras culturas. Todo este trabalho é feito através de exposições, publicações, cursos de formação, viagens de estudo, colóquios e conferências, bem como pela organização de ateliers infantis, acções de formação para jovens em idade escolar e professores, promovendo visitas guiadas a diversos espaços culturais que não só os espaços afectos ao MAC, abrangendo as mais diversas áreas, alargando a nossa missão à prestação de serviços a diversas instituições, autarquias e organismos públicos e privados, nomeadamente nas áreas da consultadoria e comissariado artísticos.
Não tenhamos contudo duvidas de que a arte, o seu culto e conhecimento são considerados como que dirigidos a uma elite sócio cultural. (com seus ritos e mitos)
É evidente que as diversas formas de arte têm os seus patamares de entendimento “ devidamente “ distanciados”.
Convenhamos que a própria estrutura das sociedades, mesmo as mais arcaicas assim o infere.

Senão, vejamos a nível da actividade pictórica, a imagem torna-se tanto mais apelativa, quanto mais simples ou simplista.
Uma imagem que evidencia algo é mais rapidamente aceite e ,na simples aparência mais “artística” tal como uma pintura que use só as cores primárias.
(Claro que aqui estamos a exceder o limite.
Casos há na história da arte em que estas coordenadas são os parâmetros pelos quais a obra se rege, e esses são estudados e fundamentados aprioristicamente e são a própria matéria teórica e estética da obra.)
O problema do entendimento e do apelo da Arte não pode assentar aqui a sua tónica, por isso temos vindo a alargar a nossa missão à prestação de serviços a diversas instituições, autarquias e organismos públicos e privados, nomeadamente nas áreas da consultadoria e comissariado artísticos por ser pelo conhecimento e pela aprendizagem da observação das obras e seu enquadramento nas épocas históricas em que foram realizadas e aceites como obras de arte e porquê.
Assim, como já referimos, o MAC tem tido a preocupação de se deslocar inclusivamente aos municípios e escolas com os seus artistas procurando através da organização de “mesas redondas” o contacto directo com a população jovem.
Aliás esta acção faz parte do nosso projecto de sempre.
Este acompanhamento cultural deveria estar na base das preocupações de quem se ocupa institucionalmente das estruturas do ensino, propondo às escolas as visitas devidamente acompanhadas a museus e galerias, convidando os artistas a explicar os seus projectos nas escolas.
Enfim, criando uma série de actividades culturais que só podiam ir em favor de uma sociedade mais lúcida e mais esclarecida.


MM: Son tiempos extraños para el arte. La gente lo ve como objeto de lujo, intelectual, de comercio o incluso como excusa de un tipo de turismo. En muchos casos, las personas se sienten muy alejadas del mundo artístico, hasta del arte antiguo y clásico, porque no saben cómo valorarlo. Son capaces de visitar el Museo del Prado, la National Gallery, el Louvre etc., en una sola mañana, sin apenas detenerse, sólo echando ojeadas. Es evidente la carencia de educación artística. ¿Cuál es la perspectiva y las propuestas de MAC sobre esta cuestión?




ALF:
Quando ainda estava a estudar, era difícil entrar numa galeria. Viam que éramos estudantes e, ou não nos deixavam entrar, ou nós tínhamos medo de entrar pela forma como olhavam para nós.
O curioso é que o panorama se mantém e isso para além de uma falha grave na educação dos públicos, afasta-os dos espaços de divulgação e acção cultural e artística.
Assim, quando há 16 anos fundei o Movimento Arte Contemporânea, procurei essencialmente fazer um investimento no aspecto pedagógico, com um papel muito activo na promoção e divulgação das artes plásticas, tanto a nível nacional como internacional.
O MAC - Movimento Arte Contemporânea, ainda jovem instituição, sentiu a necessidade de proceder a uma reestruturação da orgânica cultural da cidade, respondendo com crescente eficácia e eficiência pedagógicas perante os públicos, em detrimento da componente comercial que à partida o caracterizava, para isso contando com o apoio de diversos parceiros, designadamente na salvaguarda e valorização de nomes e referências incontestáveis da cena artística portuguesa, no incentivo à criação e à divulgação culturais, na aposta pela educação e sensibilidade artísticas, promovendo a qualidade, permitindo sustentar uma alteração no acesso dos cidadãos à cultura e à formação do gosto.
Costumo dizer que “obrigo” turmas, desde a instrução primária até à Faculdade, a visitarem o MAC. Os professores de Belas-Artes costumam dar aulas nos nossos espaços, onde os alunos podem interagir com os artistas.
Com a conquista de mais público para a cultura, a criação e enraizamento de hábitos culturais tradicionais e contemporâneos e a sua articulação com práticas e referências de outros lugares, o MAC assume-se hoje como veículo para o reconhecimento de um direito fundamental que consagra a democratização da cultura e o direito ao acesso e fruição dos bens culturais.


MM: ¿Podríamos decir que uno de los fundamentos de MAC es “sólo hay arte por y para los demás”? La frase, por cierto, es de Jean-Paul Sartre.


ALF:
Sim, de facto só faz sentido o nosso trabalho ,na medida em que encontramos , com os contributos dos artistas, das obras, do público e de toda a divulgação que nos é prestada, é possível ao MAC desenvolver o projecto que nos propusemos
O feedback que o MAC sente diariamente é o de um público sempre interessado e interveniente.
Isto porque para haver esse sentido de inserção no plano do entendimento das obras, temos que contar sempre com o binómio arte-espectador . O autismo ou o desligamento da sociedade ,mesmo que nos sintamos paralelos, não leva nenhum projecto por diante.
Como diz Sartre , não há arte sem os outros .
Isto porque a arte é uma forma de linguagem que exige diálogo, comunicação , aprendizagem, conhecimento.
A sua universalidade também exige da parte dos interventores uma postura aberta e positiva em relação à apreensão das formas culturais.
É o público que diariamente nos afirma que a arte não é apenas necessária mas profundamente indispensável para um diálogo mais enriquecedor.
Neste sentido, assumimo-nos como uma galeria viva, verdadeiramente, um espaço cultural.
De facto, assumo perfeitamente a linha de pensamento que encara que a arte para ser reconhecida como tal, precisa de ser vista, sentida, e quanto mais cedo e quanto maior o número de pessoas melhor.


MM: MAC cuenta ahora mismo con una amplia nómina de artistas expuestos y de colección, reflejo del tiempo que lleva trabajando. ¿Cómo selecciona o qué criterios sigue MAC para abrir sus puertas a cuantos más artistas mejor?


ALF:
Quando o MAC abre as suas portas a novos talentos, não se fechando hermeticamente nos valores seguros e já reconhecidos por outrem, procura essencialmente afirmar outros e novos valores com os quais o público se identifique.
Procuramos, essencialmente, trabalhar com artistas em que reconheçamos o espírito “MAC”, de honestidade e generosidade no trabalho, de dádiva ao público num ambiente agradável, disponível a encontros e comunicações descontraídas.
Claro que nem todos os artistas são pessoas simpáticas ou gostam de colaborar com o espírito regente, mas a grande maioria adere ao nosso espírito aberto.
Estes são os critérios que nos movem, aliados à qualidade técnica e estética das obras propostas.


MM: “Contemporáneo” es un adjetivo controvertido. Es común entenderlo referido a una reacción contra lo clásico e histórico, aunque su sentido más correcto apela simplemente a “lo actual”, al arte que nos acompaña en el momento presente, siga o rompa las líneas clásicas. ¿En qué sentido, los que menciono u otros, cabe entender “contemporáneo” en MAC?


ALF:
O termo “Contemporâneo” é para nós uma audácia proveniente de quem avalia com legitimidade, mas também generosidade, a produção artística.
Dizer “contemporâneo” é falar dos artistas que com o seu génio criador dão vida a novos mundos, permitindo a cada um de nós o contacto com novas experiências e com outras realidades que de nenhuma outra forma conheceríamos.
Tendo a perfeita consciência da fragilidade dos critérios de avaliação que a Arte reflecte actualmente, as nossas preocupações, mais do que definir o que é ou não é “contemporâneo”, passam pela necessidade de incentivar e reconhecer o valor das obras e dos seus criadores à margem de categorias convencionadas.


MM: En varias ocasiones, bien personalmente, bien a través de esta revista, me he fijado en algunos artistas relacionados con MAC. Pienso, por ejemplo, en Alberto Cedrón, Alfred Opitz, en Ricardo de Paula, en Hilario Teixeira Lopes, Paulo Canilhas, o en dos amigo común, Romeo Niram y Bogdan Ater. ¿Es posible, a riesgo de ser injustos, establecer una primera línea de artistas, más representativos del MAC? ¿Quizás los más veteranos?


ALF:
Claro que sim. De uma maneira geral, a primeira linha de artistas MAC é constituída por todos os artistas MAC.
Todavia, existe um núcleo duro, constituído por aqueles que há mais anos trabalham directamente connosco, que temos promovido e através dos quais nos temos promovido, e desse núcleo fazem parte nomes como Hilário Teixeira
Lopes, a trabalhar em exclusivo connosco desde 1994, Figueiredo Sobral, Artur Bual, Martins Correia, Mário Cesariny, Alberto Cedrón, Rogério Amaral, João Duarte, Luísa Nogueira ou Ricardo Paula, todos nomes consagrados nacional e internacionalmente, aos quais se têm vindo a juntar outros nomes da cena artística portuguesa como Maria João Franco, Matilde Marçal, Gil Teixeira Lopes, entre outros, que têm reconhecido no MAC um espaço de divulgação cultural pró activo.
Este será o núcleo forte representativo da linha de acção do MAC, actualmente. Não podemos, contudo, esquecer-nos das nossas mais recentes apostas, das gerações mais novas que, de alguma forma, têm vindo a usufruir da experiência dos Mestres e a enriquecer o nosso projecto.


MM: En un artículo reciente acerca de usted y MAC, le califiqué como “filántropo mecenas del renacimiento contemporáneo luso”. ¿Se siente próximo a esta idea, le parece justa o exagerada? Personalmente, no me cabe duda que el compromiso que usted ha asumido es precisamente la que realizaron muchas familias nobles en el Renacimiento clásico.


ALF:
É curioso focar o aspecto da importância que o mecenato renascentista teve na promoção das Artes Plásticas. Mais curioso ainda é que só agora me dei conta dessa minha vertente.
A ideia de criar o MAC surgiu quando ainda trabalhava na banca, desempenhando já funções relacionadas com a escolha de obras de arte diversas para a colecção da instituição que representava. Na altura, a mãe de um pintor pediu-me que “olhasse os trabalhos do filho”. Ao ver os mesmos e ao aperceber-me da sua qualidade, resolvi alugar um segundo andar na Av. Almirante Reis e organizar uma exposição que acabaria por ser um enorme sucesso.
O nome Movimento Arte Contemporânea nasce, exactamente, a partir do nome de um quadro dessa primeira exposição, que se chamava “Movimento”.
Mais que um nome, Movimento Arte Contemporânea, é um conceito que defendo e que rege a minha conduta perante os artistas.
Divulgar as Artes é para mim uma tarefa de grande relevo, uma missão de cidadania, de dimensão universal, que valoriza quem a promove, quem é promovido, mas também quem com ela priva, esteja onde estiver, neste planeta que é o nosso mundo.
Esta é a missão de quem se dedica a divulgar a arte. Esta é a minha missão e encaro-a como consequência das opções que fiz. Seria pretensioso da minha parte assumir-me como “filántropo mecenas del renacimiento contemporáneo luso”, no entanto, o papel que recuso com convicção é poder ser inserido na horda dos comerciantes que trocam e confundem arte com qualquer outro objecto produzido ou cultivado pelo ser humano.

MM: Mucho se ha debatido acerca de si es posible la existencia de un “arte nacional”, al caso portugués, o si todo arte es por esencia universal. En mi opinión, tan cierto es que cada nacionalidad siente o se expresa de formas muy diversas, como que los artistas de cualquier nacionalidad se comprenden sin problemas entre ellos. ¿Ocurre así en MAC?


ALF:
Face ao contexto de globalização mundial em que o MAC foi fundado, o tema do diálogo intercultural adquiriu especial ênfase nos nossos objectivos principais, desempenhando um papel fundamental na prossecução das nossas actividades de contribuição para o desenvolvimento humano, reconhecendo e conservando a diversidade e promovendo simultaneamente o pluralismo, a autonomia e a participação na sociedade do conhecimento.
Desde a sua fundação, o MAC desenvolve projectos em parceria com congéneres de outros países lusófonos (Angola, Cabo Verde, Brasil, Guiné, etc.) acolhendo artistas oriundos destes países nos seus espaços, actividades e programação. A criação de uma agenda de cooperação europeia para a área da cultura (nomeadamente em parceria com agentes belgas, franceses, espanhóis, romenos, finlandeses, etc.) resultou, essencialmente, da clara assunção de que a política cultural europeia, a par da via lusófona, constituía um eixo fundamental na estratégia de desenvolvimento social e económico do continente.
Neste sentido, a promoção da cultura tem sido transversal a todos os domínios de intervenção do MAC e dos seus parceiros, uma vez que contribui em larga medida para a realização da nossa missão: preservar e respeitar as especificidades de cada cultura, agindo para que se respeitem entre si, pondo em prática mecanismos que permitam a sua interacção e maior conhecimento mútuo.


MM: Hay un prejuicio muy extendido, y en mi opinión muy equivocado, que separa las ciencias de las humanidades. Sin embargo, yo tengo ejemplos muy cercanos, familiares y profesionales, de matemáticos e ingenieros que leen, escriben o han tomado los pinceles y la paleta. Yo, como profesor de Lengua y Filosofía, me he encontrado a veces impartiendo clases de matemáticas. En su caso particular, ¿cómo un profesor de matemáticas termina proyectando y fundando el Movimiento de Arte Contemporáneo?


ALF:
Como refere, a minha área de formação é a das Matemáticas Puras, as quais leccionei durante cerca de 40 anos. Para as compreendermos temos de ter uma certa sensibilidade e também uma certa paciência. As Matemáticas têm uma certa “cruz às costas”, podem tornar-se muito monótonas e, enquanto me formava, apercebi-me de que ou se é um grande craque – um génio –, e a formação adquire-se com uma certa facilidade ou se dá em louco! Para que isso não acontecesse procurei, desde cedo, compensações.
A arte foi sempre uma paixão presente. Quando andava na faculdade, tornei-me um auto-didacta em relação às artes. Estava na faculdade e ao fim de semana, ia para museus, comprava o bilhete e era capaz de lá estar o dia inteiro, a olhar para os quadros e a tentar entender, perguntava aos guardas ou acompanhava aquelas visitas que por vezes se faziam nos museus. Naquela altura, para mim, a arte funcionava como um escape a um curso muito pesado.
A multiplicidade de funções que desempenhei, só foi possível graças às várias facetas da minha formação: a de matemático, com raciocínio rápido que aprecia inteiramente as certezas. A de professor, que procura dar sempre mais de si aos outros. E por último a de homem das Artes que vive intensa e apaixonadamente para que a cultura deixe de ser um bicho-de-sete-cabeças e seja acessível a todos e se junte pedagogicamente ao mundo em que vivemos.


MM: Siempre se comenta que iniciativas y proyectos o realidades como MAC son fundamentales en el mundo de hoy. Lo que nadie comenta son las facilidades o dificultades de estas iniciativas, proyectos o realidades. ¿Podría decirnos qué dificultades ha encontrado para desarrollar MAC?


ALF:
O MAC sofre do mal que afecta grande parte da cena artística portuguesa: deixou de se escrever sobre Arte e Cultura em Portugal. Deixou de se promover a Arte e a Cultura em Portugal de forma mediática.
O lugar da cultura foi praticamente todo tomado pelo Futebol, não se percebendo que deveriam existir tempos e espaços para todas as realidades que interessam e que, de algum modo, afectam a sociedade e os públicos diversos.
Desta forma, temos procurado criar mecanismos que chamem a atenção para produtores e produções artísticas.
Manifestado o interesse em ver criado um instrumento de protecção, valorização e reconhecimento por todos aqueles que produzem e promovem a cultura, o MAC decidiu criar um prémio anual para distinguir os exemplos mais notáveis de formas de expressão artística, reconhecendo não só a obra e o artista, mas igualmente, instituições e agentes que promovem a acção cultural, e todos quantos desenvolvem acções de protecção, divulgação ou mecenato. Instituídos pela primeira vez em 1997, os prémios MAC visam estreitar os laços entre os diversos agentes e práticas artísticas: representações, expressões, conhecimentos e aptidões – bem como os objectos e os espaços que lhes estão associados – instituições, imprensa, grupos ou indivíduos que ao longo do ano mais activamente participaram na produção, promoção e divulgação culturais, enriquecendo a cena artística nacional e internacional, pela salvaguarda do património cultural material e imaterial.
Todavia, este tem sido um caminho solitário, onde as barreiras são vencidas por etapas, procurando sensibilizar apoios cada vez mais escassos ou mesmo, inexistentes, para a causa cultural.


MM: Me consta que cuenta con un buen e indispensable equipo de compañeros como el Sr. Zeferino Silva o la Sra. Joana Gomes, entre otros. ¿Podría darnos unas palabras sobre quiénes forman MAC y el trabajo vital que realizan?


ALF:
A equipa MAC é uma equipa pequena, mas dinâmica, em que são desempenhados os seguintes cargos:
Director-Coordenador _ desempenhado por mim, cujas principais competências são:
• Elaborar, aprovar e alterar um eventual regulamento interno da Galeria;
• Representar a Galeria, activa e passivamente;
• Dirigir a Galeria, respeitando as deliberações propostas e aprovadas pelos restantes sócios e investidores;
• Dar cumprimentos às deliberações propostas e aprovadas pelos sócios e investidores;
• Proceder à gerência administrativa e financeira, zelando pela conservação e manutenção das instalações e outros bens afectos à Galeria ou postos à sua disposição;
• Exercer voto de qualidade;
• Deliberar sobre a admissão ou exclusão de artistas em colaboração com a Galeria;
• Delegar competências sempre que o entenda conveniente, nos termos legais;

São ainda competências minhas desenvolver os conhecimentos dentro da área específica das Artes Plásticas, nomeadamente apoiar as áreas de investigação afectas à Galeria – Artes Plásticas (Pintura, Escultura, Cerâmica, entre outras) – promovendo a divulgação desses conhecimentos através de publicações, conferências, exposições ou outros meios adequados; deliberar sobre as propostas de protocolos, acordos ou contratos de prestação de serviços entre a Galeria e entidades públicas ou privadas, colectivas ou singulares; e instituir e atribuir os prémios MAC (em conjunto com o restante Júri), assim como elaborar, alterar e aprovar os respectivos regulamentos.

Director _ desempenhado pelo Eng.º Zeferino Silva, cujas principais funções são:
Assegurar a gestão corrente dos assuntos que digam respeito à Galeria;
• Propor, discutir e deliberar sobre projectos de filiação, adesão ou associação com outros organismos;
• Apreciar e dar parecer sobre propostas de orçamento, planos e relatórios anuais de actividades;
• Propor, apreciar e dar parecer sobre propostas de protocolos, acordos ou contratos de colaboração entre a Galerias e entidades públicas ou privadas, colectivas ou singulares;
• Propor, apreciar e orientar as funções de gestão artística, que vão desde a programação anual das actividades, assessoria de imagem e assessoria de imprensa;
• Elaborar e apresentar à Direcção o plano e Relatórios Anual de Actividades;
• Assegurar a gestão dos meios humanos e materiais da Galeria, podendo, para esse efeito, propor a contratação de pessoal;
• Propor a admissão ou exclusão de artistas em colaboração com a Galeria;
• Coadjuvar o Director-Coordenador nas diversas actividades da Galeria;
• Substituir o Director-Coordenador nas suas faltas e impedimentos;

Directora-Adjunta do MAC _ Dra. Joana Paiva Gomes, com funções ao nível das Relações Externas – institucionais e empresariais, internacionais, imagem e relações públicas – nomeadamente:
• no estreitamento de contactos com fontes potenciais de financiamento ou mecenato, nacionais e estrangeiras;
• na melhoria e reforço da imagem do MAC;
• na generalização de uma dinâmica de cooperação internacional no âmbito da cooperação e mobilidade cultural;
• no reforço das áreas em que essa dinâmica já se verifica;
• e, finalmente, no contributo para o aumento da eficácia da organização e funcionamento internos, em consonância com os eixos de acção definidos para a concretização dos objectivos do MAC.

No sentido de coordenar e promover as diversas formas de relacionar o MAC com os diferentes públicos, a actividade da Directora-Adjunta estende-se, igualmente, à colaboração na organização de eventos promovidos pelo MAC, sendo responsável pela gestão e divulgação interna e externa da informação relativa a este espaço, bem como pela difusão junto dos “media” das actividades desenvolvidas.

Assistente de Direcção _ desempenhado pela Escultora Andreia Pereira, cujas principais funções são:
• Promoção e desenvolvimento das actividades da Galeria;
• Apoio técnico e funcional a projectos de investigação desenvolvidos pela Galeria;
• Organização e gestão de arquivo informatizado e manutenção documental de trabalhos de investigação realizados;
• Planeamento e afectação de actividades da Galeria às entidades responsáveis pela sua realização, bem como o acompanhamento logístico das tarefas a desempenhar;
• Realização de funções de relações públicas e courrier;
• Atendimento geral ao público;


MM: Y junto a todo este trabajo y equipo, es indudable que MAC cuenta con una fuerte presencia en Internet. La página Web del Movimiento de Arte Contemporáneo o los Blogs, el e-mail, ayudan a llegar a lugares insospechados, junto a las revistas que nos hacemos eco de las actividades y eventos, exposiciones etc. ¿Cuánta importancia tiene el uso, la publicidad y la rapidez informativa de Internet para MAC, sobre todo en el aspecto internacional?

ALF:
Move-me a convicção de que a Internet é hoje uma espécie de protótipo de novas formas de comportamento comunicativo que, quando bem aproveitada, se pode tornar um meio eficaz de disseminação cultural.
O facto de reunir num só meio diversas formas de expressão, tais como o texto, o som e a imagem, a par da rapidez da veiculação e da flexibilidade linguística, confere à tecnologia multimédia actual um lugar de destaque na nossa cultura.
Regra geral, podemos dizer que a Internet disponibilizou uma outra forma de experimentação ao nível das Artes Plásticas, bem como uma outra forma de chegar ao espectador-visitante e isto parece-me válido para todas as formas de arte ligadas ao plano das artes visuais, quer seja a pintura, a escultura, a ilustração, a fotografia ou o cinema.
A Internet proporciona um forte complemento a qualquer pessoa e em qualquer lugar do mundo, pela oportunidade de participar numa rede de comunicação onde pode expandir o seu conhecimento e curiosidade sem necessidade de partilha de um código linguístico específico.
Mas dadas estas vantagens, permita-me recordar dois pontos importantes: em primeiro lugar, ainda que a multimédia possa actuar como tecnologia auxiliar de democratização da Arte enquanto linguagem universal, não pode nunca substituir a experiência sensorial que se desenrola na presença física de uma obra-de-arte. Embora a rede Internet seja de facto uma fonte de conhecimento, não poderá fazer chegar ao internauta/fruidor a forma exterior da criação artística, no que respeita fundamentalmente à pintura e escultura (sublinhe-se os sentidos, a dimensão, a cor, a textura, o cheiro, o feeling in loco que uma obra transmite).
Assim, com o contacto único com a Internet teremos apenas uma realidade virtual que serve de facto os fins de mercado, mas não a fruição total da obra de arte, podendo-se criar um equivocado estatuto da Arte.


MM: Imagino que en la mente de todos ustedes, de todo MAC, está el crecer y extenderse internacionalmente, no sólo por Internet. Por ejemplo, pienso en los Premios MAC y las celebraciones de aniversario. ¿Internacionalizarse es un deseo de futuro de MAC o es ya es algo actual?

ALF:
Mais importante que o desejo de internacionalização, o trabalho do MAC – Movimento Arte Contemporânea, assenta num pressuposto essencial: descentralizar, de forma a garantir a todos o acesso a um vasto leque de realizações e iniciativas que o MAC promove directamente ou através de parcerias com as mais diversas instituições ou agentes culturais, nacionais e estrangeiros.
A criação dos Prémios MAC tem como ideia base distinguir artistas e colaboradores, jornalistas, imprensa ou instituições que por numa ou noutra vertente mais se distinguiram ou colaboraram de forma construtiva e eficaz com o MAC.
Claro que fizemos coincidir a atribuição dos prémios com o aniversário.
Festejamos o trabalho e o desenvolvimento de um projecto a que se vão aliando artistas , sectores da opinião pública e instituições.
Neste aspecto consideramo-nos todos os anos culturalmente mais ricos e prestigiados pela qualidade daqueles que a nós se têm vindo a juntar, dando corpo a um projecto que não tem parado de crescer desde a fundação do MAC.
Estou certo de que os artistas e a equipa MAC tem todo o conjunto de qualidades e a força necessária para ir além fronteiras como é nosso desígnio, através de novas parcerias ou mesmo individualmente como sempre o desejamos.


MM: Don Álvaro, en nombre de la Revista Madrid en Marco y de todos cuantos nos rodean o colaboran, le agradecemos su tiempo y simpatía, y aún más el trabajo que realiza a favor del arte contemporáneo. Le deseamos todo el éxito y mejor futuro a usted y a todos los que constituyen MAC Lisboa y esperamos poder estar de nuevo con usted a finales de este mes de junio. Muchas Gracias de nuevo.

ALF:
Em meu nome pessoal e em nome do MAC e de toda a sua equipa, agradeço-lhe toda a atenção que nos tem dedicado, tendo sido um enorme prazer poder colaborar consigo, ainda que de forma não presencial, esperando poder fazê-lo em breve. Muito obrigado.

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