Comencemos por piezas como ”Las musas adormecidas” que Brancusi repite incesantemente y partiendo de las “Danaides “, simplificando la forma hasta la agotación, como si buscase la geometría intrínseca del inicio de los inicios. Nos coloca a nosotros en la situación de ”buscadores“ de la forma esencial de esta llanura aparentemente bidimensional, hasta la rotación eterna en la que la fuerza de los tiempos se interrelaciona con una infinidad de galaxias, conjuntos de pequeños ovoides que habitan en otro universo... Si en la geometría pura encontramos la verdad de las cosas, en la coincidencia de los registros, la fuerza estática de los equilibrios únicos, pensamos que nos podemos transportar para el pensamiento de Brancusi, habiendo él elaborado una trayectoria espiritual y estética en el sentido de alcanzar Verdad de la “cosa” objeto de elaboración mental objetivada en el acto en todo el conjunto de su obra. Estamos hablando principalmente del “Comienzo del mundo” y de la “Escultura para ciegos” en las que las estructuras internas, los vectores direccionales "coinciden" hasta crear una verdad interna o interior que el artista, gracias a sus convicciones y búsquedas, "intenciona" en estas formalizaciones, tan próximas de las geometrías otrora sagradas, en las estructuras de ínfimos animales que habitan en nosostros, en los íconos de las antiguas "escritas". La “ Mesa del Silencio” nos está presentada en un maravilloso plano cinematográfico genialmente conseguido por el realizador de la película "Brancusi", Cornel Mihalache, que nos hace sentir como si el tiempo y la materia se debatiesen en una lucha de encuentros por el minuto final, en un local imaginario de la “Columna sin fin”. Pienso que fueron enunciados los pontos referentes principales del pensamiento estético e de la imaginativa que dirigieron sus obras para el pensamiento plástico moderno, y que hicieron de este hombre uno de los mayores escultores del siglo XX debido a las repercusiones que tuvo en la escultura todavía hasta los días de hoy:- la busca de la esencialidad de las cosas - su representación simbólica - el mínimo de registros explícitos.“Antes no había nada”, ni tiempo…, y las fuerzas se realizaban a través de atracciones y retracciones de las masas cósmicas. Volviendo al documental de Mihalache: - como en los encuentros y desencuentros entre la Vida y la Muerte que nos propone Bergman en algunas de sus películas , donde hay un eterno en que los espacios temporales nos remeten para un espacio sin fin -, lo mismo se pasa en el lento y rico ritmo de la película que nos fue presentada; sentimos, en los silencios, el hilo conductor del pensamiento que habita en la obra de Brancusi, rica en su búsqueda coherente y persistente, como si el artista a través de sí nos quisiese elevar hasta los pilares de la Verdad de la Creación de los universos galácticos que constituyen hasta los días de hoy “lo desconocido” de la Humanidad.Al contrario de los “Pájaros en vuelo” que parecen captar de los cielos la luz en el brillo desmaterializado de sus superficies pulidas, conquistando toda la inmaterialidad del pensamiento, en rincones donde solamente está permitida la entrada de la luz, en la ”Mesa del Silencio”, uno siente el altar de los tiempos a la espera de un nuevo ritual (como una “instalación” diríamos hoy, en la sombra de las nuevas estéticas de la época post-humanista).El gotear del agua de la lluvia en el mismo ponto, creando una vulva, para fecundar otros mundos, en los momentos compasados: reloj de un tiempo sin límites, reloj sin punteros en que todas las lecturas temporales están permitidas…es un momento cinematográfico de extrema belleza.Este conjunto de propuestas muy bien articuladas en su organización, hizo de la tarde del 14 de Abril de 2007 un tiempo de reflexión, un tiempo de cultura y de conocimiento, que nos lleva a exigir de todos, y de cada uno de nosotros, que nos apoyásemos en este ejemplo para futuras realizaciones. Reconocemos que toda la equipa que propuso la realización de este evento tiene la fuerza de voluntad necesaria para la realización de este tipo de eventos enriquecedores para todos.
MARIA JOÃO FRANCO
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in "The Medal" 2004.Museu da Medalhística de Londres
OS CAMINHOS DA ARTE, AS GALERIAS E A BOLSA DE VALORES
Dr.Álvaro lobato de Faria_Director do MAC-Movimento Arte Contemporânea
Enquanto assistimos a uma série de mutações sociais que provocam, numerosas reflexões e interrogações de ordem política e económica revela-se primordial confrontar os saberes na busca de novas utopias ou comportamentos.
Reflectir a sociedade e os seus costumes culturais torna-se indispensável para consolidar as democracias contemporâneas. Tal é o objectivo dos organizadores “ deste encontro “ concebido como espaço de encontro e reflexões multidisciplinares.
A Arte como forma de comunicação, resultante do contacto com o mundo que nos rodeia, necessita de um clima de independência, de larga amplitude de temas, processos e estímulos que tornam possível tal fenómeno.
Contamos que este acontecimento crie um espaço de reflexão, de convívio e debate fundamental, de interrogação e interpretação estética, capaz de retemperar a força imaginativa de todos os participantes e, ainda que indirectamente, semear no vento que visita as encruzilhadas da paisagem que nos aconteceu habitarmos, a inspiração de algumas lufadas mais de lucidez e liberdade.
Com efeito, se a democracia, configura um fim em si própria, nem sempre os seus objectivos são garantidos.
O espaço da autonomia democrática terá de ser também investido como horizonte de invenção continuada de outros fins e valores. Acontece, porém, que por falta de um imaginário renovador capaz de pegar nos gestos e “pequenos nadas” da vida quotidiano, somos por vezes condenados à impotência perante os fundamentalismos que recrudescem no mundo contemporâneo.
Por isso, a ambição que me traz a este Encontro é tentar contribuir para a definição de uma relação alternativa entre a arte e os seus vários poderes, capaz de tornar o mundo num espaço, onde o imaginário desempenhe um papel primordial.
Se conseguirmos, por pouco que seja tornar semelhante preocupação um pouco mais presente na consciência de todos nós, creio que terá sido inteiramente justificada esta iniciativa. E como os encontros devem servir para troca de experiências enriquecedoras e não como exposição de teorias e retóricas apanhadas de qualquer pesquisa bibliográfica ou cibernautica vou falar da minha própria experiência como director-coordenador de dois espaços culturais privados e sobretudo das relações que desde esta minha posição se estabeleceram com os artistas, com o público, com a imprensa, com os críticos e com os investidores de arte.
Num breve levantamento à situação da arte portuguesa na viragem do século, ou mais especificamente nos 10 anos que antecederam a essa viragem, importa considerar alguns aspectos, como sejam:
- O lugar da expressão artística nacional na geografia cultural internacional; o modo como o atraso crónico da arte portuguesa é ainda efectivo e quais as suas especificidades na actualidade;
- As relações estabelecidas entre os vários intervenientes num processo artístico: ( artistas, público em geral, instituições públicas e privadas, críticos de arte, a comunicação social);
- A arte em si mesma, ou seja as manifestações artísticas dos nossos dias e o que elas significam em termos de continuidade e rotura, num âmbito temporal mais amplo.
Entre os vários caminhos diferenciáveis, e tendo em conta linhas de proximidade muito genéricas, podemos salientar três vias:
- Os artistas cujas propostas, geralmente ligadas a suportes tradicionais, se afirmaram em décadas anteriores e que hoje em dia, com validade criativa, tentam tirar as últimas consequências das linguagens pessoais que estabeleceram;
- Os artistas cujo percurso se estabeleceu marginalmente ao longo da década de 80, em função dos sentidos alternativos então explorados, e que agora alcançam o reconhecimento mais ou menos generalizado;
- E, por último, aqueles que, apresentando maior esforço de actualização, face aos ritmos internacionais, tentam divulgar as suas propostas, ainda que nem sempre disponham dos canais adequados ou da visibilidade pretendida.
Pessoalmente as Escolas ou Correntes de pintura que mais me fascinam e com as quais eu trabalho nos meus espaços culturais MAC – Movimento Arte Contemporânea, confesso que são todas. Todas me interessam sobre o ponto de vista artístico e evolutivo.
Algumas obras, parecem terem atingido o máximo que o Artista pode conseguir realizar e então apetece-me classificar o trabalho de clássico, em algo que deve ser conservado para sempre, como testemunho cultural de uma época, de um país, de uma sensibilidade (tais como as obras de Hilário Teixeira Lopes, Artur Bual, Manuela Madureira, Figueiredo Sobral, Martins Correia, João Duarte entre outros).
Outros artistas permitem-me ultrapassar a disparidade formal entre o figurativo e o abstracto (tais como Figueiredo Sobral, Ricardo Paula, Luísa Nogueira, António Carmo, Helena San Payo, Tereza Trigalhos, Marília Viegas, Gracinda Candeias, entre muitos outros);
Outras obras demasiado avançadas no abstraccionismo - gestualista que hoje se pratica e eu admiro bastante. Telas representando espaços privilegiados de pintura pura, que irão tendo maior importância dentro dos próximos anos, quando se chegar a um abstraccionismo completamento “Matissiano”, quando a cor, for, por si só, aceite como pintura total. ( Artur Bual, Hilário Teixeira Lopes, Juan Sánchez López, Gracinda Candeias, José Vicente, são alguns dos exemplos que aqui se podem inserir).
O MAC – Movimento Arte Contemporânea já definiu um estilo muito próprio caracterizando-se pela aposta na diversidade. Da estética figurativa ao abstraccionismo mais radical, temos exposto tudo que tenha qualidade. Lado a lado, a maturidade dos Mestres e a avidez daqueles que dão os primeiros passos, a sabedoria e a procura, a experiência a audácia.
Em relação aos agentes culturais, tantas vezes apontados pela sua ineficácia como responsáveis pelos atrasos, importa reconhecer, sem optimismos desmedidos que uma situação ainda evolutiva não permite, desde já, estabelecer, uma melhoria considerável nos últimos anos.
O surgimento de numerosas instituições públicas e privadas (Serralves, – Museu de Arte Moderna de Sintra – Colecção Berardo, Fundação Arpad Szenes - Vieira da Silva e a melhor definição das linhas de acção do CCB e da Culturgest) ligadas à Arte Contemporânea e o reconhecimento do papel benéfico do apoio às artes por parte dos orgãos de poder, de que a criação de um ministério da Cultura é paradigma, são factores positivos.
Ao nível da crítica e pese o “status quo” adquirido por alguns defensores da tradição e do mercado como castradores da inovação, vão surgindo críticos interessados em cumprir o sentido do tempo e as suas virtudes.
Mas é, sobretudo ao nível do público que importa fazer um esforço maior de informação e actualização, de fornecimento de critérios e de hábitos culturais.
Se quisermos salientar algumas das características inovadoras da década de 90, as quais comportam indicações preciosas face a possíveis sentidos futuros, poderíamos salientar a atenção, as problemáticas sociais e o esforço desenvolvido em torno dos novos meios tecnológicos.
A preocupação social, não que seja necessariamente entendida como um realismo intervencionista, mas antes como a atenção do artista aos problemas do seu tempo: (ecologia, globalização, guerra) e a preocupação em ganhar voz no mundo em que a visibilidade comunicacional é cada vez mais premente.
Isso obriga frequentemente a repensar o interior do próprio sistema artístico, o que nos leva ao outro aspecto a que nos referimos, ao recorrer cada vez mais usualmente a novas tecnologias que vêm radicalizar a interdisciplinaridade artística legada pelo século XX, o que constitui o romper de barreiras nem sempre fácil no meio português com as suas idiossincrasias, que se fazem sentir desde logo ao nível económico e técnico.
BOLSA DE VALORES
Este mercado teve em 1999/2000, mais liquidez e dinamismo e não se esperam oscilações importantes nos custos, característica que, aliás, acompanha normalmente este tipo de investimento.
Quem quiser adquirir pintura, escultura ou outros objectos de arte, tem de saber que á partida, existem dois mercados bastante distintos:
· dos artistas consagrados
· e o dos novos artistas
- No mercado dos nomes consagrados os preços são geralmente mais elevados ( superiores a 10 000 contos) e as rentabilidades potenciais podem nem sempre ser muito elevadas. Mas há autores que são, sem grande margem de risco, boas apostas.
É o caso dos naturalistas, como Malhoa, Columbano, Silva Porto, João Vaz, Sousa Pinto e Eduardo Luís. O tipo de pintura naturalista é cada vez mais raro e por isso é um investimento muito bom.
Os modernistas também são boas apostas, mas há que saber escolher os melhores nomes, tais como Souza Cardoso, Eduardo Viana, Almada Negreiros, Mário Eloy, Vieira da Silva, são bons pintores modernistas.
Para se ter uma noção mais clara da valorização potencial dos pintores mencionados referimos alguns exemplos:
Um Sousa Pinto que valia há quatro anos 2 700 contos, está hoje avaliado em cerca de 12 000 contos.
Um Malhoa que valia há 3 anos 22 000 contos vale hoje mais de 50 000 contos, o que é notável.
Há outros autores consagrados que também podem ser lucrativos. É o caso de Júlio Pomar, Paula Rêgo, Júlio Rezende, Cargaleiro, Hilário Teixeira Lopes, Artur Bual, Martins Correia, Maria Manuela Madureira, Figueiredo Sobral, Hogan.
Breve apreciação apenas sobre os artistas, que aqui têm presentes as suas obras :
Hilário Teixeira Lopes: - Este grande mestre, pintor de uma espontaneidade à flor da pele e de um virtuosismo incontestável, soube captar nas vertentes expressionistas e gestuais dos seus acrílicos a vibração das cores na sua mais alta voltagem e o pulsar da vida e do tempo. As breves texturas, os movimentos ondulatórios e as pinceladas largas fazem do seu abstraccionismo a magnificação do real, traduzido em luz transbordante de alegria de viver. Pintor mundialmente premiado as suas obras chegam a atingir alguns milhares de contos.
Maria Manuela Madureira: - Na sua obra sente-se a existência de duas facetas:
De um lado está o seu significado histórico, a sua presença decisiva na evolução da arte contemporânea portuguesa; do outro lado está a sua constante evolução, a sua busca sem fadiga, que faz de cada momento uma reencarnação imprevisível, uma conquista, um enriquecimento.
Pesquisadora de verdades e de liberdades interiores, não cessando de se transformar, mantendo-se fiel a si mesma, tanto no que respeita à renovação da sua linguagem artística, como à descoberta e integração sucessiva de novas técnicas e materiais, o que lhe confere um sentido de experimentação inovadora e autêntica.
Figueiredo Sobral: Na verdade, Mestre Figueiredo Sobral é um buscador incessante de materiais e de formas a fim de dar sentido ao seu universo estético como suporte do discurso moderno.
Quer utilizando a sua técnica dos relevos, cultivada desde os anos 60, em massa esculpidas num compromisso entre a pintura e a escultura de inspiração surrealizante ou de um realismo fantástico, ou quer expressando-se nas linhas simples de cores suaves das suas oníricas aguarelas ou materializando o pastel na criação esfíngica da boneca, no seu eterno feminino, ou nas visões cósmicas, Mestre Figueiredo Sobral configura a sua obra de grande qualidade no rigor e procura do surpreendente e do imprevisível.
O mesmo labor e criatividade se projectam na escultura que merece um lugar à parte na sua obra e na histórica da escultura portuguesa.
Com larga actividade em Portugal e no Brasil e noutros trabalhos monumentais, em lugares públicos espalhados pelo mundo, aplaudido pela melhor crítica, é tempo que Mestre Figueiredo Sobral, neste virar de século e de milénio ganhe o lugar universal que lhe compete e a bolsa de valores que lhe é devida.
Sobre estes artistas, a aquisição das suas obras representa um excelente investimento sendo a sua valorização uma certeza absoluta, pois sem dúvida alguma, estes grandes mestres poder-se-ão inserir nos criadores da arte portuguesa que terá um futuro risonho e diferente certamente, não só na Europa, mas até a nível mundial.
No entanto recordo que os referenciais nunca se devem perder quando se adquire arte: - “ Autenticidade, gosto, nome do pintor e qualidade”.
O último vector é muito importante, e recomendo que, mesmo no caso de autores conhecidos, só se adquiram quadros manifestamente bons.
No mercado dos novos autores, os custos são, geralmente, mais modestos, mas os lucros podem disparar com alguma facilidade.
Eu como coleccionador e director-coordenador de dois espaços culturais, MAC-Movimento Arte Contemporânea destaco alguns nomes em que, sem dúvida nenhuma, vale a pena investir e dos quais na exposição aqui presente, se podem ver algumas obras.
Num primeiro plano: Luísa Nogueira, João Duarte, Ricardo Paula, Juan Sánchez López, António Carmo, Helena San Payo, Gracinda Candeias;
· Num segundo plano por serem mais jovens nas artes: José Vicente, João Iglésias.
Luísa Nogueira –Tem uma excelente técnica, óleos sobre papel ou sobre tela, a sua pintura transporta um sentido, o do próprio movimento do pensamento, incitando à sua explosão deixando divagar a imaginação. O valor das suas obras rondam os 500/600 contos, sendo a tendência para uma grande valorização, dado ser considerada uma grande mestre da cor, da técnica, da imaginação, sendo bastante a procura da sua obra;
Ricardo Paula – Apesar dos seus 20 anos de carreira é um dos bons pintores portugueses da sua geração. A sua obra tem expressão internacional. Possui e domina dois instrumentos sem os quais não há pintor: estilo inconfundível e visão original do mundo, dos seres, das coisas, da condição humana. As suas telas reflectem reminiscências que instigam e afloram a lembrança de qualquer observador. Boa técnica. Os seus quadros, rondam os 800 contos e nos últimos anos a sua cotação e procura têm sido bastante acentuadas.
Juan Sánchez López:- A sua força estética , a sua qualidade artística, nasce da convivência entre formas ricas e espontaneidades, aparentemente incontroláveis.
As suas obras são pois, materialização de anseios e de sonhos, notas de realce na pintura contemporânea.
A valorização dos seus trabalhos, tem vindo a sentir-se nestes últimos anos, rondando os 750 contos, cada uma das suas obras, geralmente de grandes dimensões, havendo uma enorme tendência na procura das mesmas;
António Carmo:- Pintor largamente reconhecido pela critica a nível nacional e com grande projecção internacional, tudo leva a crer, que este artista encontrou uma das mais importantes marcas da sua diferença, ou seja, daquilo que nos permite, diante de qualquer trabalho por ele executado, reconhecer o efeito de autoria. As suas obras rondam valores entre os 600 a 1500 contos e a sua valorização é uma certeza absoluta.
Helena San Payo: - Pintora neo-figurativa, as suas obras têm uma relação viva e instigante com o público. É neste sentido que a pintura desta artista, se engrandece, se distingue, arrastando-nos para paixões, sentimentos de arte na sua mais sublime expressão. A sua obra tem vindo a valorizar-se, rondando valores entre os 700 e os 1000 contos, neste momento.
João Duarte: - Escultor de reconhecido mérito nacional e internacional insere-se no neo-expressionismo.
Com o seu estilo inconfundível, a visão original do mundo, dos seres, das coisas, da condição humana com as suas esculturais “deusas- mater”, João Duarte concebe com a sua criatividade formas recentes num espaço que até aí não existia e que nasce, permitindo assim que cada trabalho só por si, fale e viva.
A sua força estética, a sua qualidade artística mais íntima nasce da convivência entre formas esculturais ricas, espontâneas.
Cumprem um ritmo poético, uma cerimónia de indeterminação e ambiguidade, estabelecem e assinam um pacto de estreitamento.
A sua grande qualidade de criador, contém densidades e riquezas interiores que só podem ser dadas por uma profunda preocupação humanística.
Toda a sua obra escultórica conforma, expressivamente, o grande talento e sobretudo a alta técnica de um dos maiores escultores da sua geração .
João Duarte é também no campo da medalha contemporânea que dá provas do seu grande talento e criatividade, elaborando medalhas em ruptura com conceitos medalhísticos do passado, não obstante na sua concepção Ter sido utilizada uma linguagem adequada.
São “desafios saudáveis” que conduzem à reformulação do conceito estético e técnico da medalha, notando-se personalidade e maturidade na sua obra, fazendo com que a medalhística nacional continue a ser considerada, uma das melhores do mundo.
É um grande investimento a aquisição das suas obras que rondam os 1500 a 2000 contos, não havendo qualquer dúvida de que a tendência na valorização das mesmas, será seguramente uma certeza.
Gracinda Candeias: - O público conhece bem a sua pintura abstracta, principalmente nas duas fases, “AR” e “TERRA”, mas a artista acaba por ter a sensação de estar aprisionada à imagem dos seus quadros, que apenas representam uma fase de um longo percurso.
A partir de 1992, pinta pontualmente para alguns clientes mas nunca para uma exposição, dedicando-se às instalações temáticas.
Começou pela China numa entrega de 5 anos de estudo e trabalho, depois a Rainha Nzinga, uma história de Angola, país onde nasceu e foi agora convidada pela Câmara Municipal de Lisboa a fazer uma instalação sobre a cidade onde já vive à 27 anos.
Paralelamente, começou desde 1995 a fazer arte pública: a estação de Metro do Martim Monis em Lisboa, a estação de caminhos de ferro das Mercês em Sintra; a Porta da Estefânia, a nova entrada em Sintra e neste momento as maquettes estão feitas para o projecto da estação da Portela de Sintra.
O valor das suas obras rondam entre os 700 e 2500 contos, havendo grande tendência para a valorização e procura das mesmas.
Todos estes artistas têm obtido prémios tanto em Portugal como no estrangeiro e estão representados em várias instituições e museus.
José Vicente: - Em José Vicente, a pintura fala evidentemente, de si mesma, da sua génese, dos gestos do pintor, mas, ao mesmo tempo, é uma incitação a pensar, num mesmo movimento, no corpo, no universo, no acto de pintar e isto através de vias, a um tempo, simples e subtis.
Assim, a superfície de cada obra de José Vicente manifesta-se como plural, como permanência onde coexistem os vestígios de vários estados sucessivos, como lugar onde se poderão ler sempre acções abolidas, como local onde elementos díspares se correspondem e integram. A superfície torna-se então um depósito, um tesouro de instantes e de formas. Revela-se como espaço diversificado capaz de preservar a memória de acontecimentos múltiplos.
Em suma, a Arte de José Vicente impõe-se pela franqueza e pela vontade interior, encerrando um grande fascínio que nos faz sentir estar perante um exemplo de autenticidade muito rica e natural.
João Iglésias: - João Iglésias já ocupa hoje uma posição muito positiva dentro da escultura contemporânea portuguesa. Tal posição advém-lhe, naturalmente do temperamento artístico de que é dotado, o que lhe permitiu uma inconfundível afirmação de personalidade.
De ano para ano, João Iglésias mercê da sua entrega total à sua arte, a escultura, tem vindo a definir-se tanto pela necessária maturação da sua técnica, como pela feição caracterizadamente pessoal que consegue imprimir a todos os seus trabalhos. Essa conquista, em qualidade de matéria, em sensibilidade plástica, foi-se tornando notada nas exposições em que já participou, o que justifica o sucesso obtido, passando a ser uma excelente lembrança na memória de todos nós.
José Vicente e João Iglésias são artistas plásticos que começam a ser reconhecidos muito positivamente, a nível da critica e do público, sendo a sua procura bastante notada. Poderão vir a ser potenciais investimentos a aquisição das suas obras ainda a custos moderados.
Em jeito de balanço, podemos assim afirmar que, à entrada de um novo milénio, a arte em Portugal, se a entendermos num sentido aberto, pode finalmente beneficiar de um esforço actualizado, capaz de gerar energias benéficas que só estaremos em condições de avaliar num futuro ainda algo distante.
Depois da euforia ritualista dos happnings e performances da segunda metade dos anos 70 início de 80, no regresso à pintura nos anos 80, os anos 90 vieram dar espaço a obras flexíveis ao nível dos meios e suportes, em que predomina a relação com o espaço.
Na segunda metade dos anos 90, a arte portuguesa abriu caminho entre as preocupações sociais, a fluidez dos materiais, suportes e géneros.
O apoio institucional porém, nem sempre tem sido capaz de suprimir algumas faltas de meios.
O ponto da situação não é de forma alguma unívoco, sendo muito mais lúcido, para quem quiser reflectir sobre a questão, tentar compreender os diversos factores de uma situação que a próxima década terá tendência a clarificar, mas que se revela desde já com alguma vitalidade que permite uma palavra de esperança.
“ É PRECISO TRATAR UMA OBRA DE ARTE, COMO SE TRATA UMA ALTA PERSONAGEM; FICAR DE PÉ DIANTE DELA E ESPERAR PACIENTEMENTE QUE ELA SE DIGNE DIRIGIR-NOS A PALAVRA. “
SCHOPENHAUER
(Filósofo Alemão)
Álvaro Lobato Faria
Álvaro Lobato de Faria com Edmundo Pedro
NOVAS NOTÌCIAS DE ANTIGOS EVENTOS
expõem em Bissau
Bissau, Guiné-Bissau (PANA) - Uma exposição colectiva de pintura e escultura de 16 artistas portugueses abriu quinta-feira em Bissau, no âmbito das celebrações do Dia de Portugal, de Camões e das comunidade portuguesas, constatou a PANA no local.A exposição estará patente ao público guineense nas instalações da RTPÁfrica em Bissau até 19 deste mês e, entre obras exibidas, destacam-se as de Artur Bual, Helena San Payo, mestre Hilário Teixeira Lopes, João Duarte e Alberto Gordillo.Este último é considerado o melhor joalheiro de Portugal e um dos 10 mais importantes do mundo.Por sua vez, João Duarte, vencedor do Prémio Mundial de Medalha, realizado em Paris em 2002, é novamente candidato a idêntico prémio, no concurso que decorrerá este ano em Portugal.De acordo com o embaixador de Portugal na Guiné-Bissau, António Jacob de Carvalho, esta "importante iniciativa" destina-se a mostrar aos guineenses "o que de melhor se tem feito em Portugal"."Trata-se de uma iniciativa destinada a promover o intercâmbio artístico de valores no quadro das relações de amizade e de cooperação" entre Portugal e a Guiné-Bissau, realçou Jacob de Carvalho.Promovida pelo Centro Cultural Português (CCP) de Bissau, a exposição foi organizada pelo Movimento de Arte Contemporânea (MAC), cujo director Álvaro Lobato de Faria define a associação como um "espaço de arte".
Bissau - 11/06/2004
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Até 29 de Outubro Arte contemporânea no Centro Cultural18/Setembro/2004
Uma exposição de pintura e escultura contemporâneas de vários artistas do Movimento de Arte Contemporânea (MAC), de Lisboa, está patente no Centro Cultural e de Congressos de Angra do Heroísmo, até ao próximo dia 29 de Outubro.A iniciativa da Câmara Municipal de Angra traz até à ilha Terceira alguns dos maiores artistas plásticos portugueses da actualidade. “O critério foi trazer pintores novos e consagrados, todos com muita qualidade”, explica Lobato de Faria, director coordenador do MAC.Para além das exposições individuais e colectivas, terá ainda lugar, desde hoje e até à próxima terça-feira, um workshop sobre “Sensibilização à Criatividade”, aberto a todos os interessados.Paralelamente, decorrerão ainda durante o fim-de-semana três palestras sobre artes plásticas, no pequeno auditório do Centro Cultural de Angra. Assim, hoje, pelas 18h00, Zeferino Silva irá falar sobre “Encontro cultural de expressão artística nas artes plásticas contemporâneas sobre artistas do MAC. Segue-se, pelas 18h30, uma conferência sobre a “Medalha contemporânea portuguesa, a obra de medalhística do prof. escultor João Duarte”, por Álvaro Lobato de Faria e João Duarte.“A representação da imagem feminina nas artes plásticas” é o tema de uma palestra, que terá lugar amanhã, pelas 18h00, por Álvaro Lobato de Faria.
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