Créditos

Direcção,Organização,Redacção: Álvaro Lobato de Faria

quinta-feira, 31 de março de 2011

CINDERELA parto hoje à meia-noite para o fim

Não lhe ligues mana, ela não vai ao baile

Tic-tac, tic-tac, tic-tac...
- Já é quase meia-noite! - sobressaltada, a Cinderela desliza dos braços do príncipe e corre em direcção à saída.
- Já é quase meia-noite! - repete apressada.


Como se vive, sem pelo menos uma vez na vida ter ouvido uma história de encantar?
O sobressalto das histórias que, por mais que fosse antecipado, fazia o coração disparar e sustinha a respiração.
Numa história, todo o inventário fantástico - contado e gravado na memória - todas as notas tiradas à margem como fragmentos e registos, articulam-se na ordenação de tempos e espaços que não vivemos. Mas sonhámos.
Um dia, conta-se a última história, sem se anunciar como a última, sem o tom grave do abandono ou da despedida. e nem as noites seguintes fazem suspeitar que aquela foi a derradeira.
O contar de histórias é entendido por Ricardo Paula como missão. Pressente os retalhos de uma história em perigo e nela investe todos os seus esforços.
Obras plenas de conteúdo alegórico que se cumprem entre a constante inovação e maturação técnica, num compromisso entre realidade e ficção... tic-tac, tic-tac, tic-tac...

À espera do taxi

As Hienas

O sonho do príncipe

---------------------------------------------------------------
Cinderela, parto hoje à meia-noite para o fim
5 a 29 de Abril / 2011
Av. Álvares Cabral, 58-60, 1250-018 Lisboa

+ info
tel. 213867215 / tm. 962670532
mac@movimentoartecontemporanea.com
----------------------------------------------------------------

A TUA SAIA E O AZUL MAIS ESCURO DA NOITE

Os teus sonhos / óleo, ouro e prata s/ tela, 80x120cm, 2011

Não perguntes, porque a noite não te vai dizer nada,

Nestas noites o azul é o mais escuro,

aquele azul que se aperta contra o peito,

encostado contra o fim do mundo no limite do abismo

onde as mãos procuram as mãos, onde a lua tem uma cara

só quando já não pensamos nela, e as paredes são de pedra fria.

Lembrei-me…

A tua saia no azul mais profundo da noite, é uma imensa gargalhada

ouvida ao longe, um riso ao cair da luz mais distante, e depois…

só me sobra o som do riacho, aqui nos degraus onde demoro.

…que se aperta contra a alma.

Ricardo Paula / Ericeira, Janeiro 2011

O teu riso / óleo, ouro e prata s/ tela, 70x130cm, 2011

-----------------------------------------------------------
A tua saia e o azul mais escuro da noite
de 5 a 29 de Abril / 2001
MAC - Rua do Sol ao Rato, 9/C, 1250-260 Lisboa

+ info
tel. 213850789 / tm. 962670532
mac@movimentoartecontemporanea.com
-----------------------------------------------------------