Álvaro Lobato de Faria
Não é possível explicar a dor
causada pela ausência de uma amiga. Tarefa inglória.
Perder-me-ia em complicadas
considerações racionais no intuito de explicar coisas que só os sentidos
entendem à primeira.
Não é possível, a quem não
conheceu a Elsa Rodrigues dos Santos compreender a extensão e a complexidade da
dor que a sua ausência causa a todos os que com ela tiveram o privilégio de
construir memórias.
Fosse aquilo que ela fez igual àquilo
que todos fazem e ser-me-ia totalmente desnecessário assinalar a sua perda,
relembrando a sua alegria e homenageando o seu legado.
Conhecer a Elsa, permitiu-me
construir uma narrativa de afectos que, cheio de orgulho, partilho com os que
me rodeiam. E nessa partilha eternizo a amiga, a sua disponibilidade
incondicional, o som do seu riso, a expressão onírica do seu rosto, a espontaneidade
juvenil do seu trato, a sapiência de cada frase escrita e generosamente doada
aos Homens.
Pois que tais qualidades não
cabem em compêndios ou enciclopédias. Só encontram lugar no coração.
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